05/10/2010

IDEÁRIO DE COIMBRA - podografias de retorno – 15 - fragmento 10



Que fazer de tantos versos, tantas iluminações de confirmação, como aquela em que o gajo vai a casa do defunto pai e acha que o chapéu


“era mais parecido com ele do que os retratos”

?
Sim, é Gabo, é de O Amor nos Tempos de Cólera. O mesmo Gabo (tudo de cor, são coisas que ficam e ossificam) em Cem Anos de Solidão:


“A luz era tanta, que a claridade rangeu como uma canoa.”



Pois é, assim é, assim é que é.
Calma. Em frente, o Estádio Cidade de Coimbra: maravilha moderna do Pato-Bravo. Em torno dele, os mal-empregados e dos bem-desempregados. De perfil todos, claro – até para coerência maior da minha vã, fatigada, angélica hermenêutica.


*


Ante ele-próprio-si-mesmo: mudez/nudez.


*


Panda à bolina vela,
a bela menina anda.
Barcarola, barcarola:
e tão bela – e tão bela!


Relíquia de relicário,
hemistíquia de soror.
O amor é uno e vário,
ai depende do amor.


Panda à bolina vela,
etc.


*


Se o pudera, não tivera grande, ou pequeno sequer, comércio com os sonhos. Fixou-lhes o diagnóstico o meu querido Amigo Rui A.C.:


Isso dos sonhos é a hidroeléctrica a funcionar sem as turbinas todas.

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Canzoada Assaltante