20/10/2010

IDEÁRIO DE COIMBRA - podografias de retorno – 96

96. RUA SEM NOME

Coimbra, segunda-feira, 18 de Outubro de 2010

Esta madrugada, sonhei (ou desejei, não sei distinguir) que seguia, a pé como sempre, ao longo de uma rua de que não pude apurar o nome. Não estou certo, sequer, de que fosse em Coimbra. Sei que, atingida a esquina final da artéria e dobrada a mesma, era a mesma rua que se me reiniciava pela frente. E ao cabo dessa repetição, para meu vago horror, a rua repetia-se, a mesma sempre e sempre sem nome. Então, ou acordei ou deixei de desejar. Pergunto-me se aquilo era a morte (como a que o patriarca Buendía de Cem Anos de Solidão recebeu), se aquilo era uma outra dimensão da minha vida podógrafa. Agora, desperto, retomo as circunvoluções cerebrais das ruas, estas sim com nomes cardiais, reconhecíveis e reconhecidas. É a Manhã – que, ontem, era Amanhã.

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Canzoada Assaltante