26/09/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 118 (terceira parte)

 

Nós mortos-matados logo que nados

Dev’ríamos apresentar ’ma queixa

De Pater & Mater, que são culpados

Da sina que nos consome & nos não deixa.

 

O amor que se tiveram justifica

Tanto galope em vão pelo deserto?

Não justifica não, ai nem de perto!

Tudo afinal vai, ninguém cá fica.

 

“Ele há dias de tudo” – diz o Barista.

“Elas noites também” (– cito Baptista).

“Se não for parecida cá comigo,

filha minha não é…” – diz o Rodrigo.

 

José Cavez Palheiro Mor de Zorra

Deseja a ninguém mal de que morra.

Sincrato de Vilanovadecafé

Diz que nem já c’os azuis o-põe-de-pé.

 

Doménico Bujarrona Esparta

É lento & flatulento, não se farta

De Pentecostes, gostes-tu-não-gostes.

Exército da morte, os dias-hostes.

 

Da GNR-montada, um cavalo

Caiu na rampa da 8 de Maio.

Não vi (trabalhava), então não falo,

Que tal rampa é manhosa, caio-não-caio.

 

Hipólito d’Úria & Adalberto

Ianhucam soezes furtos de frutos.

Isto era em tempo de eles ’inda putos.

Agora é tudo longe & e nada perto.

 

(Bom Delfim-Senhor-Sigamos-Para-Bingo:)

 

Elíseo Soromenho de Valcento

Tem fábrica de moldes-de-cimento.

Jamoroso Santorro de Nolparto

Zangado co’a vida, de que anda farto.

 

Lê-me: se cá vieres para amar-me,

A-ingerência-agradece-comovida.

Não é que fizera outra vida,

Que outra não há nem vem já chamar-me.



 

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Canzoada Assaltante