02/03/2010

Burel de Ouro-Velho

Souto, Casa, noite de 2 de Março de 2010





Ao que vemos e ao que sinto,
veste-se a idade do burel do degredo,
com o desterro dos anos chegam os anos do desterro,
não é isto triste nem alegre, mas apenas isto
e isto mesmo.
Toma-se o corpo do ouro-velho da sazonal folha,
esmaece a seiva que primaveril foi e jucunda.
E
não é isto triste nem alegre, mas apenas isto
e isto mesmo.
Primeiro, porém, nos adoece quem amamos,
sem remédio se nos alonga quem mais rente nos foi
e agora se nos vai.


Breve alegria, entanto, se nos propicia,
essa de a idade tanto levar quanto trouxe:
e não é isto amargo nem doce.

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Canzoada Assaltante