12/09/2012

Anteontem à tarde, segunda-feira, 10 de Setembro de 2012




ANIS PARA CICLISTAS

Leiria, tarde de segunda-feira, 10 de Setembro de 2012

Ignorar não é esquecer, esquecimento não é ignorância, como cheiro não é fragrância.
Massa frutada de ar-livre é o corpo almado daquel’além arvoredo a prazo da eternidade.
Sem psiquiatrias vãs, faço (assumo) a despesa do instante, que ou é agora ou vai-t’imbora.
A golpe seco, recebo separação e devolução: faço por entender notarialmente as doações, as coacções, os abusos, os azares da fortuna.
E então?
Cai a pique a época ciclística, sabemos que o calor serôdio apodrecerá de gelo à primeira oportunidade – mas por enquanto não.
Inversa piscina que às aves torna peixes, o céu é grande como uma popularidade inesperada.
Retiros estivais zonam ilhéus familiares.
Embatem-se percursos, nacionalizam-se cabeças, mudam-se diversões, concorrem-se laivos pérfidos, procuram-se corpos desavindos de outros.
A edição da tarde transporta pacotes de chá, açúcar amarelo, presilhas de pantalonas senhoris.
É o que faz refrescar o anis. 

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Canzoada Assaltante