12/01/2010

Automatismos e Caracóis

Souto, Casa, início da tarde de 12 de Janeiro de 2010






Selvajarias verbais agridem os tempos recordados para a frente do momento, portagens esperam moedas e boas-tardes ditas ao frio, armazéns velocipédicos guardam saudades da prima, as genovevas em flor catam piolhos aos sentinelas da republicana ociosa na vila, entre didascálias e promotores de vendas ao centímetro quadrado, uma coisa é a gente estudar o procedimento dos avós, outra coisa é meter cunha por uma sobrinha, um genro, um gajo amigo que tenha malbaratado a vida dele e da ex-mulher, o inferno é uma garagem particular com os restos de todos os naufrágios costurados no pano de andar vivo por aí, obras desfiguram a cidade inicial de cada um de cada uma, floristas e ourives dançam o fandango do salário mínimo e é se querem, muito melhor é sorver o sorvete da resignação, o pus da tranquilidade feita modo de vida, no fundo está tudo nos Gregos Antigos, dizemos adeus no cais mas do lado de quem fica, os pontões apontam o atlantismo improvável da nossa condição, por mim procuro a beleza restante, mesmo em ruínas de pedra por onde fure a erva, caracóis portugueses assomando à flor do ar para dividirem com o cosmos do zamericanos a maravilha antimaterial das espirais, do procedimento dos avós.

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Canzoada Assaltante