23/09/2005

Regresso a Casa pela Padaria

É a hora de arrumar os lápis no saco.
O ar é uma ourivesaria.
A brisa é.
Uma pátina de sombra azula os relvados e as hortas.
Um homem caminha direito à padaria.
Um saco de papel, pães pequenos e mornos dentro do saco.
Beber um café antes de retomar caminho.
O senhor dos lápis toma o seu café suburbano.
Escolheu a mesa da montra.
Dá para a rotunda do hipermercado, mas também para a serra.
Pinheiros mansos, muito altos.
A brasileira de serviço sorri trocos.
O senhor do jornal desportivo resmunga sporting sporting.
Meia dúzia de horas para, de novo, fazer por merecer o mar do sono.
A ver.



Tondela, entardecer autobiográfico de 22 de Setembro de 2005

6 comentários:

Anónimo disse...

É como se estivéssemos aí.

SDF disse...

Realmente!...

Anónimo disse...

O senhor que resmunga sporting sporting tem um lápis de duas cores, verde e branco e a esta hora não sabe o que pintar com o lápis: se setúbal, se sporting!

David Leandro

Anónimo disse...

Todos os caminhos para casa vão dar à padaria, porque é no pão que está cada um dos nossos dias ou, como diria o António Vieira, todos os dias são dias de pão. E é verdade, porque há dias em que somos mais carne e noutros mais peixe e noutros ainda em que não somos peixe nem carne. Pão somos, sempre. Temos pão a mais na vida e vida a menos por tão pouco pão. Somos o pão nosso que estais na terra, que ofende a quem nos perdoa, somos soldadinhos de carne de chumbo em galopes suicidas, somos carne para pão. Mas a que propósito vem o Sporting?

Camarelli disse...

aí vai uma sugestão para evitares os comentários automáticos como este último:
vais ao menu Definições e activas VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS

SDF disse...

D.

Que se passa?

Não se produz neste blog??

Deixa de ser preguiçoso e toca a escrever!!

Respeito pelos leitores habitués, aqui desgraçadamente deixados "à míngua"!!!..

;o)

Canzoada Assaltante