01/02/2021

PARNADA IDEMUNO - 5

  
Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage
(1765 - 1805)



    5

Quinta-feira,
7 de Janeiro de 2021

    Se alguma pulsão, a da recatada normalidade. Assunto privado. As vias de comunicação existem – mas escasseiam os comunicantes. Também isso é normalidade, enfim. Os receituários volvem-se anacrónicos com alguma presteza.
    Cada um(a) pertence a seu eu. Mais não possui. Vibra em vida a corda que o/a liga (mas aparta também) ao fora-corpo. Esse comércio visa a sobrevivência.
    Diferem imagens de visões? Decerto, se no-lo ocorre ora ao/em entendimento.
    E a gente a quem interessa a malevolência? Ela existe. Ela pratica. Existe como género, morrer cada indivíduo a não resolve. Também é da sobrevivência do benevolente identificá-las: as gentes, as malevolências.
    Pequenos & grandes povoados nisso não diferem. O sono dos monstros sabe albergar-se, é nisso exímio. Qualquer sítio lhes dá para caírem vivos.
    Entre os pilares da via-rápida estava o rapaz do cartaz: “Jesus salva-te / O Diabo perde-te”. Salvador que ninguém chamou. Profeta por que ninguém clamou. Gafanhoto no deserto. Núncio surdo-mudo-cego de escamada pele, nariz decepado. Tarado não tão manso quão possa supor-se ou ignorar-se.
    Seria necessário ensinar a Epístola a Marília – a todos, sem excepção. Bocage faria de lixívia em este chiqueiro. Necessário – mas bem para lá de improvável.
    Cosmos de perpétua maravilha & perene horror. Inexplicação toda. Como em serenidade, em quintal a céu-aberto. Quem não foi infante ante tal poço invertido? Eu fui.
    Sem religião, parece mais áspera a liberdade. Parece, só. E: parece só. Ainda bem.
    Homens-em-ateneu: sei de Vós.


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