27/04/2010

Tempo, minha Velha Puta

“'Bijoux' in Place Pigalle Bar,” by Brassaï, 1932


Pombal, manhã de 23 de Abril de 2010



Tempo, minha velha Puta, permite ao menos os rolamentos da manhã, a palavra gentil que enobrece o pobre, os bons-dias dados e recebidos à porta da mercearia do Carlos Augusto, Tempo, minha velha Puta.
Outubro, minha Cabra danada, infesta de rosas o meu tálamo, de cravos e hortênsias o meu caminho mais descalço, mas com uma gentil palavra, minha danada Cabra, Outubro.
Entenebrece-me um pouco pensar na dúvida de nos recordarem depois sim ou não, quando nos estiver e for consumado.
Sei algumas datas nossas, é certo, mas quem me as saberá quando a minha velha Puta, a minha velha Cabra?

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Canzoada Assaltante