07/12/2005

O Cedro e a Lua - XV - 18 de Novembro de 2005 - Alta

HSC, 18 de Novembro de 2005, 6ª feira, 8h09

Derradeira manhã inicial. Despertar às rigorosas 7h00. Banho. Nada para comer na gaveta da cabeceira. Vestir. Descer, ir às laranjas. Colhi uma mão-cheia para consumo da casa. Não muito doces, mas totalmente frias e totalmente de oiro. A boca agro-agradecida. Um começo vitamínico. A malta vai surgindo no terraço. Dois jogam matraquilhos na sala-de-convívio. Ab., de boné verde e excelente disposição, demonstra um sentido de humor que me encanta sem reservas. Conversa de matinadores.

Mesma manhã, 8h53

Ontem à tarde, acabei a Mocidade do Conrad. E à noite, a magnífica 2ª Série dos Textos de Guerrilha do magnífico Pacheco. Impressionante, a demonstração cabal (cf. O Caso do Sonâmbulo Chupista) de como Fernando Namora plagiou Vergílio Ferreira. E como pode tudo isto ter ficado em águas-de-bacalhau? Se, via Nuno Moura, vier a conhecer, como espero, o Vítor Silva Tavares da &etc., gostarei de tirar esta porra a limpo. Esta e outras: Luiz Pacheco é um mundo. Na 1ª Série dos Textos de Guerrilha, ele até refere a passagem do Serviço de Alcoologia, em Coimbra, de Celas para o Sobral Cid. Trilhos comuns no desmesurado mundo breve.

Mesma manhã, 9h45

A doutora P. já cá está, cedo veio. S. ainda não chegou. Está uma manhã de santos. Vivi duas semanas e uma manhã sem sinais de trânsito quase, quase sem bulício doloroso. O velho senhor J., que passa a vida a perder dinheiro e objectos, vê-me a escrever.
– Isso é um bom entretém para passar o tempo – diz-me.
Escuso de dizer-lhe a minha verdade: “Senhor J., isto é o Tempo.”


FIM
(?)

2 comentários:

Gabriel Oliveira disse...

Daniel, novidades: por onde andas? Tondela? Acert? Vai dando novidades...

Daniel Abrunheiro disse...

Sim, Nuno. Acert, Tondela. Por enquanto, é por aqui.

Canzoada Assaltante