15/02/2013

Ontem, 14 de Fevereiro de 2013, a última de quatro composições vespertinas


Trabalhou ele hoje já algum proveito
Ao espelho do barbeiro reiterou o vazio
A tarde ardeu qual fósforo a direito
A noite o faz sobrinho d’ó-tio-ó-tio

De bandas fluviais a brisa impera
Ao zénite ascende a lunar escrava
Ele ’inda há muita gente que não se lava
A esperança é o avesso da espera.

Em casa as coisas ressumam fidelidade
Nos nichos os santorros apodrecem
Diáfanas gazes à visão adormecem
E dão clarividência à muita idade.

Ele hoje não faz mais senão esperar
Que a esperança não doa ao peito içada
Ao espelho do barbeiro ele soube nada
E tudo já sabendo passou a estar.

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Canzoada Assaltante