26/09/2011

ROSÁRIO DE ISABEL E DINIS seguido de OUTRAS FLORAÇÕES POR ESCRITO - 11 - Leiria e Coimbra, quinta-feira, 7 de Abril de 2011 (fragmento 7 e último)

O meu amor por ti vigora ainda viçoso,
Senhora Mãe, não confundas o vento
com as árvores que ele, triste, na triste noite
move.
Olha, Senhora, hoje não chove,
antes pelo contrário.
São dias, estes dias, como os que foram teus
– e que sem a Senhora faço meus
e a que pertenço.
Cheira-me aqui a incenso,
a tabernáculo,
a pastor cujo báculo, penso,
arrebanhadamente cria a cria,
o leite, o azeite,
o deleite dos mortos amados
por seus mesmos filhos rimados.
Meia-colher-de-chá-de-açúcar
em fervendo ervilhas:
saiba a Senhora Mãe que tenho
duas filhas,
deleite minhas elas de leit’azeite,
como aliás usávamos
na família que ambos,
a Senhora e eu,
frequentávamos.
O meu amor por si, Senhora minha,
resiste à tentação
de, em mármore, visitar a corrupção
de seu/teu pobre corpo original
pobrezita mãe / Rainha de Portugal.
Valado de Frades.
Casal de Santa Isabel.
A senhora-mãe, Hermínia.
O outro gajo, Daniel.
Aqui estamos: partilhamos,
do final naufrágio,
os despojos, os escolhos.
E vamos e vimos e vemos em frente,
que o juro por seus,
Mãe, Pai,
olhos.

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Canzoada Assaltante