31/08/2008

Spray




Texto: Viseu, domingo, 17 de Agosto de 2008
Foto: Viseu, tarde de 28 de Agosto de 2008

Não preciso de abrir a boca para te falar
do meu comovido país que entristece
em cada pessoa como um cheque ao portador.

Os olhos levo fechados para te dar a ver
as pastelarias fechadas nos fechados domingos
sonhando cruas segundas-feiras no passado.

O ríspido matraquilhar dos ranchos folclóricos
desmantela-me os ossos dos ombros, assim
como as quadrilhas de falsa etnografia

cheias de professoras divorciadas e
de tesoureiros das juntas. Não preciso
de nada disto, mas aqui vivo para

ter que te dizer sem que boca e olhos
abra, nem domingos. Vive-se insecticidamente
do lado errado do spray, digo-to.

1 comentário:

isabel medeiros disse...

Olá Daniel,

Estou fazendo um trabalho sobre o "doméstico" e achei a fotografia da senhora varrendo a rua muito interessante. Gostaria de saber se foi você que a tirou e, caso tenha sido, será possível combinarmos o uso dela em meu trabalho? Neste caso, precisarei que envie-a para mim em tamanho maior e, obviamente, darei créditos ao seu nome no trabalho. Meu e-mail é isademedeiros@gmail.com
Responda assim que puder.
Obrigada

Canzoada Assaltante