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14/09/2006

Tombo e Pulo

Às vezes engulo em seco o coração.
Sinto-o tombando no gastrácido.
Fica ali, pulsa ainda, mas flácido.
Devo confessar que é uma aflição.

Outras vezes, não. Não engulo.
Abro a boca, deixo que voe.
A quem ele bater, que me perdoe.
Tarde ou cedo voltará, num pulo.




Caramulo, tarde de 14 de Setembro de 2006

5 comentários:

  1. Para o D. Abrunheiro

    António Reis - Poemas Quotidianos, pág. 26, Porto, [1957].
    060. CHEGA A TER GOSTO
    Chega a ter gosto
    a chuva
    vista dos cafés

    caindo sobre as estátuas
    e a nostalgia

    chega a ser morna

    com fumo e álcool
    na garganta

    Até os homens
    passarem junto aos vidros

    Reais Molhados

    Sem emoções instruídas
    Pensando em remédios
    e prestações

    grisalhos
    sem serem velhos

    e falando sós
    sem serem loucos


    Com os melhores cumprimentos,
    Daniel Amaral

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  2. Pois é. Às vezes acontece os poemas escritos terem razão.

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  3. Olha amigo, ultimamente tenho andado assim.
    Abro a boca e sai-me o coracao. Que levem com ele! E eu com isso?
    Beijos Ilda

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